Santo Antônio de Jesus é a cidade mais violenta do Brasil, aponta Atlas da Violência; confira
Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, é a cidade mais violenta do Brasil, aponta estimativa do Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18/6), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No município, de acordo com dados do estudo, foram registrados 94,1 mil assassinatos a cada 100 mil habitantes em 2022, superando a média nacional, que é de 24,5. Em números absolutos, a cidade registrou, em 2022, 97 homicídios.
Além disso, a Bahia lidera o ranking de estados mais violentos do país, com cinco cidades com as maiores taxas de assassinatos do Brasil. Elas são: Santo Antônio de Jesus (94,1), Jequié (91,9), Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6) e Juazeiro (72,3). Dentre os 20 municípios mais violentos, onze estão na Bahia. Confira:
Em relação às capitais brasileiras, Salvador aparece em 1º lugar como a mais violenta do Brasil, com 66,4 assassinatos a cada 100 mil habitantes em 2022.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) disse que a “redução das mortes violentas é uma prioridade na Bahia”. “Nos últimos sete anos o índice apresentou diminuição de 27%. Em 2024, de 1° de janeiro a 15 de junho, as mortes violentas tiveram redução de 11%. No ano de 2023, na comparação com 2022, as mortes violentas recuaram 6%”, afirmou a assessoria de comunicação da pasta.
A SSP-BA também destacou os investimentos feitos na segurança pública do estado nos últimos meses:
“Nos últimos 17 meses, a Polícia da Bahia apreendeu 80 fuzis, localizou 81 líderes de facções, retirou das ruas 15 toneladas de drogas, apreendeu 9 mil armas de fogo e capturou 26 mil criminosos. Na parte de investimento, 3.200 policiais militares e civis, além de bombeiros foram contratados. De forma inédita, neste momento, quatro Cursos de Formação estão sendo realizados na PM, PC, DPT e CBM. Serão mais 2 mil novos policiais e bombeiros até o final de 2024. O Estado entregou ainda 1.500 viaturas, algumas delas semiblindadas, e novos equipamentos de proteção individual“.
De acordo com o Atlas da Violência 2024, pelo menos até 2022, pelo menos 10 facções disputavam territórios em terra e na Baía de Todos-os-Santos, “espaço geográfico estratégico para a logística de transporte, fornecimento e exportação de drogas e armas”, diz o documento.
Além do PCC e do CV, a Bahia tem mais oito grupos criminosos fundados no próprio estado, que provocaram conflitos letais derivados de rupturas e alianças, como entre o Bonde do Maluco (BDM) e o PCC. Além disso, o estudo ressalta que, no estado, “há histórico de violência policial letal”:
“As ações do governo local até 2022 reproduziram o modelo falido de guerra às drogas, experimentado no RJ, com a explícita orientação para o confronto como estratégia política, na lógica do tiroteio, e não da investigação”. Como consequência, a Bahia também lidera os índices de letalidade policial no Brasil.
OUTRAS CIDADES
Na Bahia, praticamente todos os municípios litorâneos têm taxas acima de 47 homicídios estimados por 100 mil habitantes em 2022. Quatro desses municípios estão na Região Metropolitana de Salvador: Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6), Salvador (51,1) e Lauro de Freitas (51,1).
No Centro-Norte Baiano, Feira de Santana (66,0) lidera o ranking. Ao sul, todos os municípios apresentam taxas de homicídio elevadas: Eunápolis (59,8), Ilhéus (59,3), Teixeira de Freitas (57,8), Porto Seguro (49,9) e Itabuna (47,7). No Extremo-Oeste, a maior taxa foi em Luís Eduardo Magalhães (58,4).
Informações / Aratu Online
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