"ACM Neto deve ser vice na chapa de Bolsonaro", diz Rodrigo Maia
O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que ACM Neto (DEM) pode ser candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (sem partido). "Não tenho muita informação, mas é minha análise. É como vejo a construção do Democratas nesse momento, muito próximo do Planalto. E se minha análise estiver certa, Roma é candidato a governador da Bahia", afirmou.
A declaração foi dada durante entrevista à Rádio Metropole, nesta segunda-feira (10). Embora diga que não "guarda mágoas" do atual presidente nacional do Democratas e ex-prefeito de Salvador, Maia por diversas vezes alfinetou ACM Neto.
Os dois se tornaram desafetos políticos depois da eleição na Câmara dos Deputados, quando o DEM deixou de apoiar Baleia Rossi (MDB-SP), candidato apoiado pelo ex-presidente da Casa, e adversário de Arthur Lira (PP-AL), aliado do Palácio do Planalto.
"ACM Neto achou que ia enganar a todos e fez acordo com o Planalto", disse Maia, antes de completar: "Mandei mensagem dizendo que iríamos sair mal do processo. Mas só depois compreendi que ele queria que eu saísse mal do processo. Ele fez tudo pelas minhas costas. Depois me pediu que fizesse uma visita. Mas eu disse a ele que seria uma visita ruim. Não tinha mais o que conversar com ele. Quem acompanhou o processo sabe que ele traiu. Ele demontou nosso bloco por dentro", disse.
Rodrigo Maia disse que considerava ACM Neto um grande prefeito, mas também um político muito pramático e "pouco afeito a questões ideológicas". Ainda segundo Maia, em Brasília, agora todos sabem que "ele é um político que só olha o próprio umbigo".
Perguntado sobre a relação entre ACM Neto e João Roma (Republicanos), hoje ministro da Cidadania de Bolsonaro, o político carioca afirmou que acredita que o democrata trabalhou para seu ex-aliado ser ministro, mas "depois voltou atrás".
"Na minha opinião, ele queria que Roma fosse ministro. Trabalhou efetivamente, mas depois recuou pra valer com medo da repercussão. ACM Neto não tem coragem de assumir Bolsonaro porque a rejeição é muito grande na Bahia. Depois ele tentou tirar João Roma, mas ele prevaleceu", diz.
Rodrigo Maia também comentou sobre o porquê de não ter dado prosseguimento aos pedidos de impeachment que recebeu contra o presidente Jair Bolsonaro. "Ele tinha apoio suficiente na Câmara para barrar o processo. E qualquer vitória seria um fortalecimento dele. Ele radicalizaria o processo. Se você faz um processo de impeachment e o presidente ganha, ainda mais um que trabalha nos extremos, ele se fortalece e muito", afirmou.
Informações / Metro 1
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